Ator Antonio Banderas fala sobre o retorno ao cinema
Conta Banderas, que terá a seu lado no novo longa com o amigo Penelope Cruz e Cecilia Roth
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A ocasião é de festa. Aos 57 anos, Banderas vive um momento excepcional. Foi indicado para o Emmy de Melhor Ator em Série Limitada ou Telefilme por Genius - A Vida de Pablo Picasso, trabalho no qual dá vida ao famoso pintor, outro nativo de Málaga. Retomou o trabalho com o cineasta Pedro Almodóvar, com quem, para muitos, fez seus melhores trabalhos. E comemorou 20 anos de outra parceria, com a Puig, grupo espanhol com quem lançou a linha de perfumes que leva seu nome – a mais bem-sucedida assinada por uma celebridade, com mais de um milhão de unidades vendidas. Nada mal, para quem, como ele mesmo assume, não conhecia nada sobre o mundo dos perfumes – e dos negócios.
“No começo a minha posição era ‘não conheço nada sobre perfumes ou moda’. Eu rejeitava muito a ideia. Achava que aquilo não era para mim. Mas fui estudando e percebi a natureza da empresa e a equipe que eu tinha, o quão inovadores eles eram em criar”, explica o ator. “E, não só fui entendendo, como fui curtindo o processo. Gosto que eles conceituam algo que parece tão abstrato em um perfume. Aí, compreendi o tipo de mensagem que as pessoas passam com a fragrância que usam, com a forma como vestem”, lembra Banderas.
O processo de criação de um perfume, conta o astro, envolve conversas sobre o momento de vida em que ele está – no início da parceria, Banderas ainda era casado com a atriz Melanie Griffith, 60, mãe de sua única filha, Stella, 21 anos. O casal se separou em 2014, e o ator hoje namora a consultora de finanças holandesa Nicole Kimple, 37. “Cada vez que sentamos juntos, eles prestam atenção no que está acontecendo na minha vida. Eles conceitualizam você e colocam no perfume, isso é incrível”, conta. “Está tudo lá: minha carreira, meus personagens, minha filha, tudo. A minha parte é a promoção”, brinca.
Banderas tem na ponta da língua os cheiros mais caros à sua memória olfativa. Entre eles, estão o do mar e das laranjeiras do sul da Espanha. “O cheiro mais antigo que tenho na memória é o oceano; quando fico alguns meses sem vir a Málaga, saio do avião e a primeira coisa que vem é o mar”, diz. “Se é na primavera, tem o perfume das laranjeiras, o cheiro de incenso das procissões nas ruas na Semana Santa. Tudo isso me traz de volta para mim mesmo, para os meus 5, 6 anos, com a minha mãe, e estabelece minha memória sensorial da vida”, explica ele, que, em alguns trabalhos, incorpora um de seus perfumes ao personagem que está interpretando.
Com a linha de fragrâncias, cujo aniversário de 20 anos ele celebrou com uma festa exclusiva na mansão de Marbella, onde recebeu entre outros, Olga Kurylenko, Paz Vega, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank e Evelyn Regly – QUEM também esteve no evento -, Banderas abriu sua cabeça para o mundo dos negócios. Foi estudar moda na Inglaterra, onde tem uma casa e passa a maior parte do ano, e montou uma grife. “Sou um homem de negócios hoje, mas não sei se sou bom. Nesse mundo você é bom se é perseverante. Você faz investimentos, perde dinheiro, levanta. Faz de novo. Aí, de repente, dá certo”, conta.
Dolor Y Gloria é o 21º filme de Almodóvar e o sétimo com Banderas. Juntos fizeram Labirinto de Paixões (1982), Matador (1985), A Lei do Desejo (1986), Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988) e Ata-me (1989). Mais de 20 anos depois, se reuniram em A Pele que Habito, em 2011, sucesso de crítica e de público.
“Somos amigos desde os anos 80, mas não dá para fazer filme com Almodóvar o tempo todo. Não dá para falar ‘Pedro, você tem alguma coisa para mim?’. Pedro decide o que ele quer e, se ele precisa de você ele te chama”, conta Banderas, que terá a seu lado no novo longa com o amigo Penelope Cruz e Cecilia Roth - na trama, um diretor de cinema repassa a vida a limpo.
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